terça-feira, 12 de março de 2013

 " Todos a Ler "

Na sequência da "Semana da Cultura Avieira", na escola EB 2,3 Marinhais, foi utilizado nesta atividade o seguinte texto sobre os avieiros :



Avieiros

Esta gente é oriunda da praia de Vieira de Leiria, na Região Centro – daí o nome de Avieiros, e foi a procura de melhor vida que os levou a procurarem sustento no rio Tejo. No Inverno, quando o mar de Vieira de Leiria se mostrava pouco generoso, famílias inteiras deslocavam-se em campanha até ao Tejo, onde em pequenos barcos pescavam sável, enguia, fataça, lampreia e robalo. Com o fim das campanhas regressavam a Vieira de Leiria, muitas vezes a pé! Mas o pouco sustento do mar, que só no Verão era rentável, fazia-os regressar cada vez com mais frequência ao rio Tejo.

Navegavam em pequenos barcos, as bateiras, que, além de serem o principal instrumento de trabalho, eram a própria casa do pescador e da sua família: ali trabalhavam, dormiam, comiam. Era também ali, no barco, que muitas vezes nasciam e eram criados os filhos.

A cultura avieira teve sempre como pedra de suporte a família, não apenas o núcleo restrito, mas a família alargada, que funcionava, e funciona, como uma rede de afectos e ajuda quase auto-suficiente.

Habitualmente, a pesca era feita em família, o casal ia junto para o rio. E esta tarefa, dos remos, que é pesada, era feita pelas mulheres. Enquanto o homem lançava as redes, era a mulher que manobrava o barco, que remava. Só quando era preciso é que o homem corrigia com a vara.

No seu livro “Avieiros”, o escritor neo-realista Alves Redol  chama-lhes  «ciganos do rio». Esse nome pode  ter surgido pelo facto de os avieiros, enquanto sociedade fechada e rejeitada, terem o hábito de casar entre si, tal como fazem os ciganos. Os avieiros casavam entre si até como forma de protecção, para se defenderem. Era uma forma de preservarem o conhecimento que tinham das artes do rio e para darem continuidade às suas tradições.

Mas a abertura da sociedade avieira e a sua aceitação pelos outros eram inevitáveis, até porque no Ribatejo sempre se precisou de mão-de-obra para os trabalhos no campo. A pouco e pouco, foram-se integrando na região e fazendo também alguns trabalhos agrícolas, sobretudo nas culturas sazonais do milho e do tomate.

Actividades que levaram os pescadores a começarem a fixar-se ao longo das margens do Tejo. Casa Branca, Conchoso e Lezirão, no concelho da Azambuja; Palhota, no concelho do Cartaxo; Escaroupim e Muge, no concelho de Salvaterra de Magos; Caneiras, em Santarém; Patacão, em Alpiarça, e Carregado e Vila Franca de Xira são apenas alguns dos locais onde os avieiros se foram instalando. Lentamente, foram abandonando o barco onde sempre viveram e mudaram-se para barracas de lona ou caniço assentes em estacas. Estas casas, serviam para as campanhas sazonais de pesca, mas revelavam-se desadequadas quando as estadas eram prolongadas e demasiado precárias para suportar as cheias do Tejo.

Quando as condições económicas começaram a permitir, este povo, que se fez nómada por necessidade, começou a construir casas com características bem diferentes das casas ribatejanas: nasciam assim as aldeias palafitas (casas assentes em estacas elevadas), típicas da praia de Vieira de Leiria, mas ideais para protecção das cheias do Tejo e que, ao mesmo tempo, permitiam que o pescador estivesse sempre perto do barco.

                                                                                         In, Selecções do Reader’s Digest “Ainda há avieiros no Tejo
 
 
apesar de ser uma atividade pontual, não podemos deixar de a fazer, celebrando e promovendo a importância da leitura na nossa vida!
 
 

 Os professores Carlos, Belmira e Fátima ouvem atentamente a leitura da Bruna.


a profª Adélia lê atentamente


o psicólogo Frederico, que é um adepto da leitura, também participou!

 
A AO Fátima, concentrada no seu texto

 
A Laura também quis ler para os professores!

 
Na secretaria, também participaram! A Carmen e a Fátima estão concentradas!


A Cidália no seu momento de leitura!


A nossa direção, como sempre, participa nas nossas atividades! E cá estão eles a ler atentamente!

 
As professoras das AEC interromperam a sua tarefa e também quizeram participar!!!!

 Na sala de professores, as profªs Emilia e Ana também quizeram ficar a saber mais sobre os Avieiros !


A profª Paula, super concentrada!


As AO Carlota e Helena, partilharam o texto !


A AO Conceição, também leu!

Na sala de alunos, também houve leitura!!!!


No bar, apesar da azáfama, houve um tempinho para ler!

em sala de aula, a profª Célia leu para os seus alunos



Os alunos do 5ºano, no final, resolveram um crucigrama!


O professor Igor, leu para os seus alunos!
 
As nossas cozinheiras deixaram os tachos ao lume, e fizeram questão de ler!



No Pré-escolar os meninos leram a história :

O peixe Óscar

O Óscar vivia no rio Tejo, mas andava sempre muito infeliz.
Ele não gostava do rio. Era tudo muito escuro, escuro que nem breu, e morria de medo do escuro!!!
A toda a hora  ia até à margem do rio, colocava a cabeça de fora e achava tudo lindo!
Céu azul, relva verde, sol, flores por todo o lado, crianças, e era tudo tão colorido, tão alegre, tão claro!
Óscar queria morar na relva verde entre as árvores!
Ele ficava um bocadinho na margem do rio, mas tinha de voltar para dentro de água para poder respirar, e começava a nadar no rio, mas era uma escuridão sem fim,  uma tristeza sem fim…
E a vida do Óscar era assim:
Da água para a margem e da margem para a água. Sempre sozinho, cheio de medo, infeliz !!!
Um dia, o Óscar estava a nadar e olhou para os outros peixes. Eles brincavam, contentes nas águas claras do rio. De repente, Óscar pensou:
- Olha! Outros peixes????? A água está clara?
O que aconteceu?
- Será que vim parar a outro rio sem saber? Perguntava ele.
E olhava para todo o lado e via coisas novas, via pedras de todos os tamanhos, de todas as cores, e plantas aquáticas, e sapos, e rãs …
E era tudo tão lindo! A água  azulada, cheia de brilhos. Uma beleza mesmo!
O Óscar olhava e ria. Então e a escuridão? e o medo?
Ele estava era contente, feliz da vida!!!
De repente  descobriu o que tinha acontecido, e começou a rir. Ahahahahah!!!!
- Eu sou mesmo um pateta! Ficava a nadar de lá para cá, cheio de medo do escuro...
- Lógico! eu só nadava de olhos fechados!

                                      Adaptação da história original “O peixe pixote”, de Sônia Junqueira
e para finalizar...pintaram o Óscar!!!!



No 1º Ciclo o texto lido foi escrito pela Carolina Pinheiro e pela Inês Gonçalves, alunas do 3ºano da Escola EB1 de Muge.


                                        Os Avieiros
Há muitos anos atrás chegaram ao Escaroupim famílias de pescadores vindas de Vieira de Leiria, os avieiros. Elas eram muito pobres, mas eram felizes.
No início, os avieiros viviam no mesmo barco em que pescavam. No barco havia lugar para a cozinha, o quarto e a oficina onde guardavam as redes e recolhiam o peixe durante a pescaria. Na cozinha havia um fogareiro de petróleo e uma ou duas arcas onde guardavam a pouca roupa e os alimentos. Era separada do quarto por uma tábua pequena chamada emapradeira que suportava os pés enquanto remavam. Junto da proa do barco era armado o toldo que os protegia da chuva e do sol.
Os avieiros viviam da pesca no rio Tejo. Pescavam, principalmente, o sável, para vender e para comer. Utilizavam redes fixas e móveis feitas de diferentes tamanhos de malhas, o botirão, o galricho, o tranquete e a nassa.
As mulheres cuidavam das refeições, das roupas e dos filhos, mas também, eram elas que remavam e contralavam o barco enquanto os  homens lançavam as redes e, ainda, ajudavam a consertar as redes. Após a pescaria, as mulheres percorriam as freguesias mais próximas com a canastra à cabeça cheia de peixe para vender.
Hoje em dia são poucos os avieiros que continuam a dedicar-se à pesca. Em vez de viverem nos seus barcos vivem em casas de madeira pintadas com cores alegres e apoiadas por pilares para serem mais resistentes às águas do rio Tejo.
                  

seguindo-se duas atividades :
 um crucigrama e a construção de uma paisagem avieira, com corte, colagem e pintura.




segunda-feira, 11 de março de 2013

SEMANA CULTURA AVIEIRA

11 de março

EB 1 Granho

SEMANA CULTURA AVIEIRA

8 março - dia da Mulher


      e as sessões continuam! sempre com a atenção dos nossos alunos



à tarde em Salvaterra de Magos, no "Cais da Vala", decorreu uma homenagem à "Mulher Avieira",
com a Srª Presidente da Câmara. Ana Cristina, a abrir a sessão



...seguindo-se uma pequena encenação sobre a violência de que algumas mulheres são alvo.


"Lágrima de Preta", interpretada por 2 jovens alunos da Escola Profissional


 
"Diário de uma Mulher Avieira"


 
Poemas dedicados à mulher por Piedade Salvador

 
Intervenção da Drª Lurdes Véstia onde apresentou o seu estudo sobre a Mulher Avieira
 
 
 
 
 
O casamento na Cultura Avieira

sexta-feira, 8 de março de 2013

SEMANA CULTURA AVIEIRA

7  março

as sessões continuam e a atenção e interesse dos nossos alunos também!!!!



 
foi muito interessante a colaboração dos alunos !!!!
 
 O almoço no nosso refeitório contemplou uma ementa típica Avieira : sopa  de sável  e   cebolada de peixe


foi muito interessante ver os nossos alunos e professores a degustarem estes pratos típicos!!!!




quinta-feira, 7 de março de 2013

SEMANA CULTURA AVIEIRA

6 março


as sessões continuam a decorrer com muito interesse!


e os alunos mais velhos, participam animadamente interagindo com o profº David!




quarta-feira, 6 de março de 2013

SEMANA CULTURA AVIEIRA

  Aqui está a exposição de trabalhos do 1º Ciclo:

SEMANA CULTURA AVIEIRA

dia 5 março

Os nossos alunos  assistiram muito atentamente às sessões informativas sobre a "Cultura Avieira"





O nosso dinamizador, profº David Sousa, descobriu que temos alunos descendentes de Avieiros!!!!
O Diogo Oliveira do 7ºD !!! que explicou aos colegas coisas muito interessantes do tempo dos seus avós e relatou a sua própria experiência de passar um fim-de-semana num barco!!!!           

 

      E o Jorge Charana do 8ºE !!!! Que também explicou alguns pormenores sobre a pesca !





Texto  que vai ser lido na atividade de 12 março "Todos a Ler" pelo 2º e 3º Ciclos:

Avieiros

Esta gente é oriunda da praia de Vieira de Leiria, na Região Centro – daí o nome de Avieiros, e foi a procura de melhor vida que os levou a procurarem sustento no rio Tejo. No Inverno, quando o mar de Vieira de Leiria se mostrava pouco generoso, famílias inteiras deslocavam-se em campanha até ao Tejo, onde em pequenos barcos pescavam sável, enguia, fataça, lampreia e robalo. Com o fim das campanhas regressavam a Vieira de Leiria, muitas vezes a pé! Mas o pouco sustento do mar, que só no Verão era rentável, fazia-os regressar cada vez com mais frequência ao rio Tejo.

Navegavam em pequenos barcos, as bateiras, que, além de serem o principal instrumento de trabalho, eram a própria casa do pescador e da sua família: ali trabalhavam, dormiam, comiam. Era também ali, no barco, que muitas vezes nasciam e eram criados os filhos.

A cultura avieira teve sempre como pedra de suporte a família, não apenas o núcleo restrito, mas a família alargada, que funcionava, e funciona, como uma rede de afectos e ajuda quase auto-suficiente.

Habitualmente, a pesca era feita em família, o casal ia junto para o rio. E esta tarefa, dos remos, que é pesada, era feita pelas mulheres. Enquanto o homem lançava as redes, era a mulher que manobrava o barco, que remava. Só quando era preciso é que o homem corrigia com a vara.

No seu livro “Avieiros”, o escritor neo-realista Alves Redol  chama-lhes  «ciganos do rio». Esse nome pode  ter surgido pelo facto de os avieiros, enquanto sociedade fechada e rejeitada, terem o hábito de casar entre si, tal como fazem os ciganos. Os avieiros casavam entre si até como forma de protecção, para se defenderem. Era uma forma de preservarem o conhecimento que tinham das artes do rio e para darem continuidade às suas tradições.

Mas a abertura da sociedade avieira e a sua aceitação pelos outros eram inevitáveis, até porque no Ribatejo sempre se precisou de mão-de-obra para os trabalhos no campo. A pouco e pouco, foram-se integrando na região e fazendo também alguns trabalhos agrícolas, sobretudo nas culturas sazonais do milho e do tomate.

Actividades que levaram os pescadores a começarem a fixar-se ao longo das margens do Tejo. Casa Branca, Conchoso e Lezirão, no concelho da Azambuja; Palhota, no concelho do Cartaxo; Escaroupim e Muge, no concelho de Salvaterra de Magos; Caneiras, em Santarém; Patacão, em Alpiarça, e Carregado e Vila Franca de Xira são apenas alguns dos locais onde os avieiros se foram instalando. Lentamente, foram abandonando o barco onde sempre viveram e mudaram-se para barracas de lona ou caniço assentes em estacas. Estas casas, serviam para as campanhas sazonais de pesca, mas revelavam-se desadequadas quando as estadas eram prolongadas e demasiado precárias para suportar as cheias do Tejo.

Quando as condições económicas começaram a permitir, este povo, que se fez nómada por necessidade, começou a construir casas com características bem diferentes das casas ribatejanas: nasciam assim as aldeias palafitas (casas assentes em estacas elevadas), típicas da praia de Vieira de Leiria, mas ideais para protecção das cheias do Tejo e que, ao mesmo tempo, permitiam que o pescador estivesse sempre perto do barco.

                                                                                       In, Selecções do Reader’s Digest “Ainda há avieiros no Tejo